Ilê Axé Omiojuarô, a Casa de Mãe Beata de Iemanjá, comemora 37 anos de fundação
As comemorações dos 37 anos (27 e 28), ações do Abril Verde e a festividade religiosa, que aconteceu no dia 30 de abril, marcaram a retomada das atividades abertas ao público na Casa após quase dois anos fechada por conta da pandemia do Covid-19.
Um dos terreiros de candomblé mais tradicionais do estado do Rio, o Ilê Axé Omiojuarô, localizado no bairro Miguel Couto – na cidade de Nova Iguaçu – comemorou seus 37 anos de fundação com uma programação especial e atividades em homenagem à saudosa Iyá n’la Beata de Iemanjá (falecida em maio de 2017). Além de intervenções artísticas, atrações musicais e painéis de debate com ações e estratégias voltadas para o enfrentamento ao racismo religioso, a exemplo do lançamento da Cartilha “Terreiros em luta: caminhos para o enfrentamento ao racismo religioso”, ocorrido na mesma ocasião.
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A cartilha é uma iniciativa do projeto Racismo Religioso e Redução da Violência e Discriminação contra Praticantes de Religiões Afrodescendentes no Brasil, uma ação que envolve o Ilê Axé Omiojuarô (RJ), Ilê Axé Omi Ogun siwajú (BA), a ONG Criola (RJ) e conta com o apoio do Instituto Internacional sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos, para o enfrentamento do racismo religioso no Brasil, a partir do fortalecimento institucional das organizações não-governamentais, organizações religiosas e outros movimentos de religiões de matriz africana. O Ilê Omiojuarô também apresentou as ações do projeto “Alajô: novos paradigmas para uma sociedade sem racismo e violência” que conta com o apoio do Instituto Open Society Foundations.
Os encontros dos dias 27 e 28 no Omiojuarô fizeram parte da agenda do Abril Verde, lei aprovada há um ano no Rio de Janeiro, que prevê ações de combate ao racismo religioso. Babá Adaílton D’Ogum, filho biológico e herdeiro espiritual do Terreiro de Mãe Beata, recebeu entre os convidados: Mãe Meninazinha de Oxum (Ilê Omolu Oxum), Ogan Bangbala, Deputada Estadual Renata Souza (ALERJ), Lúcia Xavier (fundadora da Criola e Ekédi do Ilê Omiojuarô), Iyá Dolores Lima (CETRAB/ FONSAPOTMA) , Profa. Dra. Helena Theodoro, jornalista Flávia Oliveira e Dom Filó para o lançamento do busto da Matriarca do Ilê e do Observatório de Racismo Religioso Mãe Beata de Iemanjá – criado para monitorar casos de racismo religioso envolvendo adeptos de religiões de matriz africana no Estado.
Ainda dentro do cronograma das comemorações de seus 37 anos, o Ilê também desenvolveu em parceria com a Prefeitura de Nova Iguaçu o programa ‘Busca Ativa’ – ação para direitos humanos e cidadania destinada à comunidade da cidade como: inscrição/atualização de cadastro único, orientações sobre serviços socioassistenciais, isenções para segunda via de certidões de nascimento, casamento e afins.
No dia 30 (sábado), às 20h, aconteceu a primeira festividade religiosa aberta ao público desde o início do isolamento social, em 2020, por conta da pandemia. Para Babá Adailton, reabrir as portas da Casa no dia em que se comemora o Dia da Baixada tem um sentido todo especial. ”Realizar a Festa de Oxóssi no dia 30 de abril, nos dá um sentido de resistência nestes 37 anos de nossa comunidade. Ainda mais depois destes dois anos sem realizarmos nossas atividades religiosas publicamente. É um grito de liberdade, viva a Baixada Fluminense, viva o Ilê Axé Omiojuarô. Viva o SUS!”
O Ilê Axé Omiojuarô foi fundado por Mãe Beata de Iemanjá em 20 de abril de 1985, no bairro Miguel Couto em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense/RJ.
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